quinta-feira, 21 de março de 2013

Modelo teórico da tutoria online em ambientes virtuais de ensino/aprendizagem segundo Gilly Salmon (2001).


O mundo das tecnologias de comunicação e de informação (tics) nos dias atuais é algo tão necessário quanto o ar que respiramos.  As Tecnologias, num mundo globalizado, são fundamentais para o nosso desenvolvimento social, pessoal, intelectual e cultural. Desta forma, no âmbito da educação, Gilly Salmon (2001) apresenta um modelo teórico de tutoria online no ensino/aprendizagem em ambientes b-learning.  Antes de apontar o modelo de tutoria online defendido por Salmon torna-se necessário esclarecer qual a importância da tutoria online num contexto de ensino a distância. O papel de um tutor online, segundo as autoras (Pessoa et al., 2008)  é a de “criar, desenvolver, acompanhar e avaliar o processo de interação e de ensino-aprendizagem, que decorre num ambiente de aprendizagem online”. Este papel pode ser desenvolvido em um ambiente virtual de aprendizagem, fazendo uso de diferentes ferramentas: as síncronas e as assíncronas. As síncronas são caracterizadas por decorrerem em tempo real, ou seja, todos devem estar conectados no mesmo dia e à mesma hora para interagirem uns com os outros (ex. chat, Skype, Messenger, etc.). E as assíncronas, são as ferramentas que se pode aceder quando se tem possibilidade (ex. email, blogs, fórum de discussões, etc.). Dentro do modelo criado por Salmon (2001) para tutoria online o papel do tutor se destaca em cinco estádios. São eles:
1-      Acesso e motivação: Neste estádio o e-formador tem o papel de possibilitar o fácil acesso a plataforma e de motivar os e-formandos a participarem e colaborarem neste ambiente de ensino/aprendizagem virtual. Esta motivação pode ser feita através de uma mensagem de boas vindas deixada na plataforma ou ainda de um email individual. Esta etapa termina quando ocorrem as primeiras mensagens pelos participantes.
2-  Socialização online: Pressupõe o estabelecimento da identidade online de cada participante, seguida da descoberta dos outros com os quais vai interagir. Cabe ao e-formador a responsabilidade de familiarizar os seus formandos e de criar oportunidades de interacção social entre eles. Essa socialização pode ser feita tanto através de mensagens como de atividades propostas para este fim (ex. Apresentação individual ou criação de uma conferência ou fórum de discussão destinado às apresentações de cada um). Esta etapa termina quando os participantes começam a partilhar online um pouco deles próprios.
3-  Troca de informação: Neste estádio cabe ao e-formador planear e operacionalizar todo um conjunto de atividades que incentivem uma troca de conhecimentos relevantes para o próprio curso. Cabe ressaltar que é importante existir um ambiente colaborativo e de interacção entre os participantes para a realização das atividades propostas. Esta etapa termina quando se inicia a construção de conhecimento.
4-        Construção do conhecimento: É marcado por uma aprendizagem interactiva e construtiva. Os participantes exploram factos, tomam e discutem posições num formato argumentativo, reflectem e reavaliam as suas posições. O e-formador deve comportar-se como um participante apoiando e estimulando a procura de respostas e fazendo uma síntese durante os debates.
5-   Desenvolvimento pessoal: procura de benefícios do sistema que permitam aos e-formandos alcançar os seus objetivos pessoais. Permite aos e-formandos reflectirem e participarem mais ativamente sobre o seu processo de aprendizagem. Cabe ao e-formador apoiar e tirar as dúvidas dos participantes.
Além do modelo caracterizado por Salmon (2001) cabe ainda destacar que segundo as autoras (Santos, et al) o e-formador deve ter certas competências que auxiliam e facilitam o desempenho da tutoria online. Tais como: dominar os conteúdos do programa, mostrar disponibilidade e flexibilidade na preparação, animação, saber dar feedback, demonstrar empatia e abertura de forma a facilitar a comunicação entre todos, possuir conhecimentos sobre tecnologias informáticas etc.. Além de saber proporcionar um ambiente onde os e-formandos se sintam parte integrante do grupo.

Referência Bibliográfica:
Pessoa, T., Barreira, C., Santos, T. & Póvoa, L. (2008, Setembro). A tutoria online. Comunicação apresentada no Colóquio sobre Questões Curriculares- Florianópolis.